segunda-feira, 16 de maio de 2011

OLHANDO A JANELA...

Incontáveis vezes eu fiquei á beira da janela olhando as estrelas. Olhando o céu da noite escura e calma. O silencio que pairava no ar, me fazia refletir sobre mil coisas. Como seria o futuro? Que estaria fazendo dali á uns dez anos? Teria mulher, filhos e um bom emprego? Estaria sozinho, vivendo num bairro afastado, num casebre e sofrendo alcoolismo crônico? Seria um milionário excêntrico? Um ator? Um poeta? Um músico? Um arquiteto? Poria uma capa e ia transformar-se num Super-Homem tupiniquim dotado do caráter de Macunaíma? Quem sabe um policial combatendo o crime? Ou um dragão da independência? Um maníaco aos moldes de Jack, o extirpador? Vai saber, pode parecer loucura, mas, olhar a janela numa noite estrelada leva a gente a viajar mentalmente a lugares nunca dantes explorados. Pode parecer banal pensar nas banalidades. Mas elas nos movem às vezes. Embora nem sempre sejam compreendidas. E essa incompreensão a pequenas “tolices” que vivemos no dia a dia é combustível para uma maior integração entre as pessoas. Não prego a síndrome de Walter Mitty, citada em outro texto deste blog*. Apenas prego um pouco de inocência e imbecilidade. As pessoas são muito marotas, astutas e vivem pregando “malandragem”. Malandragem não é modus operandi de vida calcada na esperteza, e sim, desculpa de pessoas fracas e desrespeitosas para tirar proveito da benevolência de outros. Se fossem todos sinceros, não seriam precisos estes artifícios maléficos pra tirar vantagem em tudo.
Isso é meramente tolice idealizada para o mal. Ora, não sou puritano, mas é mais prático soltar uma “mentirinha” ao invés de trapacear em meio a palavras maliciosas em meio a atitudes contraditórias do nosso interlocutor. Isso é mero reflexo da cultura podre nacional de “levar vantagem em tudo”. Isso não é sapiência nem saber viver, e sim, a pior forma de enganação para com outra pessoa. Pode ser aplicável ao crime e não a civilidade. Porem, não vou adentrar profundamente á questão, pois, para confabular, melhor ficar observando as nuvens pairar no céu límpido e puro, diferente das almas dos homens, corrompidos pelo ego e a ganância do capital. Qual o mal maior do mundo? O capital. Não há mais o que comentar. Mundo movido a capital, homem primata, capitalismo selvagem. Consumismo, luxúria, exposição exagerada, bullying, cirmes e Mc Donalds. Sem falar na música pop descartável de hoje em dia. Eis o mundo em que vivemos. Melhor ligar a TV e ver a morte ao vivo do Bin Laden, bode expiatório de crimes contra humanidade cometidos pelo ocidente, a simplesmente poder sentar ou ficar em pé em frente à janela, observando estrelas....


* Ver “A vida é um sonho Charlie Brown”

Nenhum comentário: