domingo, 30 de janeiro de 2011

Comprar Porcaria...

Denominava-se rato de brechós. Gostava de comprar tudo quanto era porcaria. Bom, pra ele eram relíquias e artigo de grande utilidade. Não sei o que pode ter utilidade em carros velhos, guidões de bicicletas usados, pára-quedas, botas de exercito e sacos de dormir furados pra dois. Alem de um jubileu de coração banhado a ouro, delicadamente quebrado ao meio.
Pra que toda essa parafernália? Se mal tinha lugar pra acomodar mais dessas tranqueiras no seu quarto pequeno e úmido? Bom, devia ser pela mania de historiador que tinha. De dar importância a todo tipo de objeto, a fim de comprovar alguma utilidade séculos depois entre os seus pares. Mas sua mãe insistia pra que ele jogasse metade de lixo fora, senão, mal teria lugar pra dormir. Uma vez que a cama não tinha mais espaço entre tantos livros, discos, jornais, revistas e outros milhares de souvenires espalhados por todas as partes do quarto. Era muita quiquilharia. Qualquer hora ia tropeçar em alguns desses objetos.
Mas era uma diversão pra ele. Comprar, comprar e comprar. Livrarias, lojas de discos, locadoras, sebos, banca de revistas, enfim, qualquer lugar que vendesse coisa qualquer, por mais ínfima que fosse, era pra ele o seu templo. Dizia cada uma dessas peças, uma fase da sua vida. Um aprendizado nos livros, um alento nas musicas, um espelho nos filmes e sentimentalismos nos outros apetrechos. Cada um, com cada particularidade teve uma crucial determinação na pessoa que se formara há alguns anos. Não faz sentido, claro, como coisas materiais podem influir na vida comum, quando se baseia na busca de algo mais profundo espiritualmente falando?
Essas coisas não têm valor! Gostava de dizer a plenos pulmões com um ar de auto-ironia. Se tiver algo material, é porque de alguma maneira, aquilo estava em uma época determinada e deixou marcas, para o bem ou para o mal. Um livro pode ter sido presenteado por alguém, assim como um CD ou um filme. Uma história pode ter sido inspiração para um filme, e uma musica foi sua trilha para um momento especial ou uma dor pungente. E tê-los ali, num espaço mínimo, é como recordar algo da vida. A parte espiritual serve pra acalentar essas lembranças, e não pra ser especificamente a causa de se destruir coisas que marcam, e, o tempo, velho amigo, trata de jogar tudo para o esquecimento. E depois, os pormenores da vida, naturalmente fazem com que nos desfaçamos do mundo material.
E assim, cada pagina amarelada dos seus livros, as ranhuras nos discos e as imagens desgastadas dos filmes, ação do tempo, são resquícios de uma vida frutífera ou não, porem, vivida a cada instante, e antes que alguém o condene, ele viu cada por do sol, amou cada uma das mulheres que teve, constituiu uma família e criou seus filhos. Exatamente como se deve fazer.
E os seus antigos pertences, antes porcarias, foram doados para sua antiga escola e auxiliam na formação de outras pessoas, que fantasiam em cada linha, casa verso, cada acorde e cada cena de uma vida que assim como toda porcaria que a gente guarda nada mais é do que a passagem de uma coisa que a mãe dele nunca compreendeu, ou fez de conta que não entendeu. O conhecimento. Mais valioso do que qualquer material por ele guardado. Porem, valioso para saciar o espírito de muitas outras pessoas. E assim foi. Até o fim...

sábado, 29 de janeiro de 2011

Sem Culpa...

Gostava muito daquela garota ruiva, de cara sardenta. Ela devia ter uns cinco anos a mais que ele. Mas não era empecilho. Afinal, eram vizinhos há uns dois anos, e ele tentava com alguns acenos, em vão, obter a atenção dela. Recebendo apenas alguns sorrisos amarelos em troca, como se reprimisse tal atitude, vindo então de um garoto de pouco mais de onze anos. Um guri. Ela pensava. Passados mais alguns anos, e um pouco maior, mais velho e confiante, sabia que poderia conquistá-la com alguns lugares comuns do amor. Um bilhetinho, uma caixa de bombons, um buquê de flores; como se fosse possível para relacionamentos tornarem-se duradouros.
Teve um estalo. Que tal mandar um e-mail? Pôs palavras suplicantes, abrindo o coração, como a uma janela aberta vendo os raios de sol adentrar dentro da sala. Ou então, mostrando a visão das belas colinas de uma cidade pequena. Recebeu uma resposta tão rude, que ficou uns dois dias pensando no que fazer. Então, depois de dois dias desapontado, elaborou uma resposta á altura de maledicência em torno da sua puberdade e de ser infantil demais pra ela. Começou a digitar em tom resignado:
- “Sem culpa, por eu ficar em seu caminho, enquanto você tenta roubar o dia. Eu não quero o resto da sua atenção, muito menos roubar seu colete. Não sou tão inteligente, mas apenas gostaria de começar a conhecê-la, e não fico triste por você ser mais velha que eu. Sei que você me ignora, mas estou apenas fazendo a minha parte. Não mandei um e-mail para me entregar ou querer seu coração logo de cara. Você me destruiu por dentro, mas repito, sem culpa. Queria apenas começar, mas você me vê como um maluco. Dessa forma, deixa estar, vou continuar freqüentando meu cinema e vendo minha TV em paz, ler meus livros e ouvir minha musicas. Não vou te incomodar mais. Sinto muito por você ter se enganado a meu respeito. Sinceras desculpas, e, sem culpa”.
Ela recebeu a resposta e leu. Sentiu um arrepio estranho. Como um garoto como aquele poderia ser tão maduro assim, a ponto de responder uma “ofensa” á altura? Não teve reações de pena nem rudeza. Apenas ficara pasmada com o que lera. Era um “garoto” interessante, todavia, não apercebera da suas qualidades antes. Simplesmente pelo fato de ser um garotinho cinco anos mais jovem do que ela. E lembrou-se dos acenos puros que ela dava pra ela, acompanhados de um sorriso verdadeiro de “criança”. E como tal, eram verdadeiramente puros e sinceros. Era apenas gentileza. E fora interpretado com um petulante moleque travesso que tinha uma cara de pau de cantar moças mais velhas. Como pudera pensar nisso?
Agora, era tarde. Ficou mal durante alguns dias, mas teve de agüentar as conseqüências do que pensara a respeito. E o pior. O garotinho tinha arrumado uma namoradinha da sua idade. Ai sentiu de fato o baque. Ás vezes nem tudo que se pensa é de fato o que corresponde à verdade. E perdemos assim, diversas oportunidades na vida. E a oportunidade ocorre apenas uma vez. E depois pode ser muito tarde para lamentar, ou, então, viver sem culpa...

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Enquanto minha guitarra suavemente chora...

Gostava de ficar na soleira da porta da casa simples de madeira, olhando os campos verdes e pensando na vida. Com seu violão surrado, de madeira menos nobre e cordas de nylon. Ficava horas dedilhando melodias tolas, com notas e acordes simplificados. Um dia, ele assistia a TV, colocada numa mesinha de centro, fora da casa, na mesma varanda, próximo à soleira onde costumava passar à tarde. E ouvira a notícia de um cara que havia mantido várias pessoas de uma mesma família trancafiadas dentro de uma casa antiga, sob forte esquema de vigilância, sem poder comer e nem beber. Estavam além de com fome e sede, sendo maltratadas fisicamente. Não podiam nem ver o sol pelas gretas das janelas. Uma situação lastimável.
Então, pegou seu violão, e com os olhos marejados pôe-se a dedilhar suavemente acordes leves e tristes e pensar numa letra reconfortante. Desenvolveu a idéia como se estivesse falando para o individuo da TV. Como se estivesse encarando-o, e vendo o amor adormecido na sua alma. Puramente sujo era aquele homem, pelos males do mundo moderno. Seu muro de ilusões o impedia de ver a verdade e a luz. E seu violão como se chorasse, derramava as notas numa sofreguidão infindável. Como se sentisse a dor de cada um que estava naquela casa, desalentados, tristes, indefesos e maltratados no seu direito de viver em paz. E pensava no algoz, de como ele não conseguia descobrir o amor universal dentro da sua alma. E não conseguia desdobrar esse amor. Como ele tinha se vendido e sido controlado pelo sistema capitalista, ou algo que o valha. Ele precisava aprender o real valor da vida. E o violão, como se num lamento cadenciado,queixava aquela situação.
Pressentia que o rapaz, no alto da sua incompreensão fazia aquilo porque estava distraído, tendo sido corrompido pelo ódio, incompreensão e ganância, promovida pela discórdia em torno do capital e suas mazelas. Havia um olhar cruel, sobre a injustiça social que sofria, mas, no fundo, não era uma má pessoa. Fora invertido pelas leis incrédulas da natureza humana que privilegiam o ego, em detrimento do amor puramente. E não fora alertado por ninguém. Não teve um braço amigo pra reconfortar e apoiar. Mal podia se alimentar, mas agora, era um anti-herói, num tribunal de hipócritas que desfrutam de benesses inimagináveis por aquele pobre diabo.
E o olhando mais ao lado da sua casa, com o violão nas mãos, girou mais um pouco a vista e longinquamente, via um raio de sol, pousando mansamente no chão, e através dele sentia o amor naquela luz celestial, repousando que nem criança dormindo. E seu violão, como se ressentido por tudo, chorava copiosamente. E, como se tomado pelo tédio, ou incapacidade, e um desfecho trágico da situação, com todos os reféns mortos, refletiu: “O amor que você recebe é igual ao amor que você faz”. E como se fosse a guitarra, pôe-se ele a chorar copiosamente, chocado, pela incapacidade humana de simplesmente, amar...

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Olhando através de você

Era um dia de sol. Ele caminhava em dúvida sobre o que dizer para ela. Os dedos se entrelaçavam enquanto caminhava. Os passos eram lentos e o pensamento ia longe. De tão longínquo, não observava nada ao seu redor. Estava apreensivo. Há alguns dias que não se viam, e a hostilidade era iminente pra ele. Depois do que aconteceu o que esperar? Mas tinha uma carta na manga. Não poderia desperdiçar a chance de amá-la. Que mal pode existir no amor? O desprezo, ele pensava. Muito embora não tivesse nada a perder. Tudo na vida existe o risco. A cada passo, a proximidade entre ambos era inevitável. E seu coração batia aceleradamente, descompassado, firme, tenso e pulsante. Aproximou-se dela e disse:
- Como vai?
- Vou bem, disse-lhe. E você?
- Vou indo...
- Que bom
- Eu queria...
- Desculpa, tenho que ir agora. Tchau!
Sentiu-se diminuído. Não teve a chance nem de dizer o que sentia. E ficava pensando em si mesmo. Pra onde ela foi? Gostaria de tê-la conhecido melhor. Ela estava diferente. Podia ver a mudança através dela. Era a mesma, mas não como ele conheceu. Confiante, nem de longe lembrava a moça amedrontada que conhecera há uns meses. Se ela era confiante, e cheia de si, estava agora, segura. Não tinha mais o olhar triste de outrora, nem sofria com os pormenores da vida. Aprendera um bocado com o tempo. Sua voz antes tranqüila e suave, entoando cantos primos, era agora firme e num tom mais grave, como se a angustia fizesse abrigo naquele coração sofrido e amargurado. Sofrera demais. E a vida apontara-lhe outras direções. Ser livre é era o necessário agora. Ficar preso a algo tedioso é péssimo para a natureza humana. Mesmo assim ele não entendia porque fora tratado daquela forma tão fria. Porem, o amor tem por hábito, desaparecer. E se antes ela pensava nela de uma maneira dócil e tranqüila, não havia mais motivos para tanto zelo e preocupação. Não valia mais a pena. As obrigações de ceder certas ações em troca de algo vazio, não são primordiais em nada.
Saiu então de cabeça baixa, com uma nuvem negra pairando a sua mente. A sensação de perda era cruel demais para suportar. Nem consegui pensar direito. Sentou-se numa cadeira próxima e ficou fitando-a, ao longe, com os olhos marejados e, pensando em como poderia ter sido diferente se o coração soubesse amar...

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Aqui, lá em qualquer lugar...

Aqui, vendo você perto de mim. Podendo segurar sua mão, olhar em seus olhos e passar-lhe as mãos sobre os cabelos. Ver o amor em seus olhos e a luz trasverberando da sua alma, ansiosa por se entregar. Sentir todo o desejo fluindo dos poros, como um combustível irresistível que vaza na vontade de entrar em processo de combustão em contato com a gasolina. A vida em jogo, podendo ser melhor a cada dia. Ambos acreditando que não passará somente de uma única noite. Mas, sim, de várias noites únicas, cada uma com uma particularidade. E o sorriso nos rostos dos amantes são reflexos do amor mais puro do mundo. E os pormenores e minúcias que atrapalham, não bastam para conter a pulsação de um coração que ama de verdade. E cada toque, cada gesto, cada beijo e cada carícia refletem o bem querer e o cuidado para com a pessoa amada. Não existe maldade no amor verdadeiro. Nada interfere e tudo flui em perfeita harmonia. Ninguém consegue deter o amor na sua forma mais inocente e pulsante, ao passo que os amantes anseiam por estar a sós e sentir o coração pulsar bem alto dentro do peito, ver escorrer o suor do desejo pelos poros ardentes, os olhos fechados imaginam coisas maravilhosas e nada incomoda o coração de quem ama.
E assim, como se numa cegueira momentânea, podemos, contrariamente ver a pessoa á fundo, adentrando na sua alma, como uma agulha de insulina aplicada cutaneamente, e tudo parece extasiar-se diante de nós. O sol parece mais brilhante e a lua mais prateada. Os melros da noite cantam nos nossos ouvidos e a gente torce pra não ter fim o dia. Ou melhor, as horas, os minutos, os segundos e os milésimos de um momento eternizado na lembrança. Nem se imagina em hipótese nenhuma, no fim daquilo tudo. É algo inexplicável. E toda a candura fica gravada na mente. O infinito se abre diante de nós e nada parece impossível. Proteger, vigiar, segurar, guardar, marcar, seguir e cuidar. Tudo é frágil quando se ama. E dá vontade de estar sempre junto, perto, colado, vidrado, ligado enfim, aficionado por quem se ama. Estar aqui, lá em qualquer lugar...

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

A Razão

“Alguém um dia irá dizer se existe razão nas coisas feitas pelo coração?” Versos do musico e poeta brasiliense Renato Manfredini Júnior, ou simplesmente, Renato Russo (1960-1996). Poderiam ser aplicados á utilização da razão no nosso cotidiano. Quantas decisões dependem da dissociação do coração, sentimentalismo, em detrimento da lógica racional fria e direta. Quantas vezes nos deparamos com decisões a serem tomadas e suas conseqüências? Será que vamos acertar no fim das contas? Certo? Errado?
Vamos nos arrepender um dia, e, distante do orgulho, poderemos racionalizar melhor, ou apenas agir pura e simplesmente pela emoção? Ou agiremos com extrema passividade, impávidos, lívidos, inconscientes, absortos, tolos e imbecis? Quem é o juiz mor de nos mesmos? Temos sempre razão nas decisões? Ou viveremos atormentados pelo fantasma do arrependimento eterno?
São questões que não me atrevo, dentro da minha total insignificância responder. Gosto apenas de conjecturar. Pensemos: - O homem é dotado de livre arbítrio, ou seja, a capacidade de tomar decisões por si mesmo, baseado apenas na sua consciência e no modo como enxerga as coisas. Avaliações errôneas a partir de decisões abruptas podem incorrer em todo um futuro, seja ele pessoal ou profissional. Nem todo mundo é dotado do óbvio. Dizia Nelson Rodrigues (1912-1980) Dramaturgo carioca: - “Gênio, Santo ou Profeta é aquele que enxerga o óbvio”.
Portanto, não passamos de pessoas inseguras no fim das contas. Eu creio que existam pessoas mais arrojadas, desprendidas de medo da vida e suas conseqüências no seu destino - para quem acredita nele - claro, e, assim não têm preocupações com o risco de palavra, ação ou reação em forma de aborrecimento ou tristeza para com aqueles ditos fracos e inúteis, dotados de fobia das coisas, incapazes e desprezados por não saberem utilizar a grande concepção do século XXI, a razão.
Se os pormenores que levam á essa reação eu não sei explicar, tão somente divagar de forma inóspita, e não devo alongar-me no meu breve comentário a cerca de um dos males cruéis gerados pelo egoísmo humano, ou, pelo seu livre arbítrio, nada mais sendo que, a total exposição a miserável condição humana e seu flerte pelo “fatal”. “Obladi-Oblada life goes on bra... lá lá lá lá life goes on”...

sábado, 15 de janeiro de 2011

Queria ser criança...

Infância. Bons tempos. Quem não tem saudades? Correr, pular, saltar, brincar, suar, cansar, voltar, chutar, voar, cair, levantar; Quem nunca desceu de tobogã, brincou de gude, jogou bola, trepidou no “pastelão quente”, levou uns “sopapos” brincando de “castainha?”, subiu nas árvores, viu mulher nua nas gretas das portas, assim como tocou as campainhas alheias e saiu numa corrida frenética?
Nunca passou trote, trocou figurinhas; no caso das meninas, brincarem de boneca e casinha, pra que eu não seja injusto. Amarelinha, pique e esconde-esconde. Coisas inocentes e prodigiosas, que moldam o caráter de uma criança. Brincadeiras puras, que promoviam a união. Não havia discórdias. Às vezes, um ou outro moleque se enervava, mas nunca tinha essa coisa de partir pra cima, com socos e pontapés. Tudo bem, uma veizinha ou outra acontecia, mas nada com muita “gravidade”.
Naqueles tempos, não tinha internet, nem vídeo games de ultima geração. Nem mp3, mp4, Ipods, Notebooks, Notebooks, Livros eletrônicos e nenhuma dessas parafernálias eletrônicas do século XXI. Podia-se ficar o dia todo nas ruas, longe da iminente violência destes tempos. Os vizinhos eram cordiais e não havia “muros e pontes” a separar ninguém. Todos tinham proximidade para conversar. Ficávamos na calçada jogando futebol de botão, travinha na rua, gol a gol e lutas imaginárias. Perturbar os cachorros nas garagens alheias era uma diversão só. Ver o bicho girando e latindo pra lá e pra cá. Parecendo um pião. Pião que a gente girava despreocupado, assim como o Ioiô. Era a nossa roda-viva.
E quando era hora do banho? Corre que a mãe vinha já com o chinelo nas mãos. E a gente corria livre, leve, solto, despreocupado e feliz. Nada tínhamos com o que se preocupar. A TV era mais “inocente” com seriados japoneses repletos de efeitos especiais. E os desenhos eram realmente animados. Ficar horas sentado, tomando uma “garrafinha” de sabores variados e comendo um pastel ou um salgadinho qualquer. E no dia das crianças? A ansiedade era enorme. Acordar cedo pra ver qual presente estava na porta do quarto. No natal, a mesma coisa. Os olhos iluminavam. Hoje, tudo é diferente. A criança fica no quarto acessando redes sociais, jogando vídeo game de ultima geração e ouvindo seu Ipods com sucesso de “artistas” que cantam música pra adulto. Afinal, criança hoje é que nem “adulto”. Isso sem falar nos livros eletrônicos com temas de “adultos”. Nem ler pra dormir os pais se dão mais ao trabalho.
Isso é coisa de criança. Infelizmente é assim que caminha a infância moderna. Cada vez mais “solitária”, moldando pessoas egoístas e “tristes”, entretanto, totalmente competitivas. E assim caminha a humanidade. Depois não nos queixemos do ditado. “Ele não teve infância”...

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

O TEMPO

No Lóbulo Frontal do hemisfério esquerdo do meu cérebro, passam-se coisas sem sentido. De gole em gole de Gim Tônica, vou pensando na vida que eu levo. Se me aquiescesse de ser como sou, tivesse a possibilidade de sofrer múltiplas alternâncias de ego, ou, quiçá protuberâncias saíssem do meu glóbulo ótico, por meio de lágrimas sofridas por um amor perdido; Isso seriam irrelevâncias. Perpetuar a dor, por meio das glândulas sebáceas é impertinente. Inverossímil ver as coisas do prisma do axioma. Inútil poder dar o braço a torcer diante de fatos óbvios. A longa e tortuosa estrada, sinuosa e volúvel, leva as curvas transcendentes. Relaxe e desligue sua mente; siga a cor dos seus sonhos. A vida é um grande muro de ilusões. A capacidade humana de perceber o amor ao alcança das mãos ainda é inóspita. Não sabemos onde vai dar o fim da estrada. Pra que a pressa? Os erros são acertos disfarçados para determinar o caminho certo a trilhar. No mais, as objeções são conjecturas mentais, disfarçadas de sofrimento aguçado, perpetrado pela nossa subserviência diante do mundo material. Capital, corre a alma pura e plena. Oparciza a visão. Ficamos com o peso da vida sobre os ombros. Metamorfose. Sinto a pele de o tecido necrosado descolar-se do corpo, com um novo sopro vital. É como um novo amanhecer. E cada dia é uma nova experiência.
Se eu pudesse consertar os meus erros, acertaria mais que o normal. Mas isso não me apetece. Alguém consegue compreender a magia do erro? Da dúvida? Da desesperança? Do desprezo? Não, ninguém há de afagar as imprudências humanas. Nato. Ato. O que estamos fazendo aqui? Descojuro. Não há inflexões, nem reflexões, nem opiniões. Nada. Os vidros das janelas seguem fechados. E as pessoas vivem em redomas. As televisões ficam ligadas até tarde da noite, e a sensação de vazio, mesmo no século da globalização é cada vez mais cortante. Solidão é companhia e companheira nos quartos de hotel. Eu vejo as horas que passam e vejo estrelas no céu. Brilham para aqueles que tomam uma dose de Gim Tônica, assim como eu, que são fracos de natureza, na concepção Machadiana: “Homens que nascem póstumos”. No copo, o embace ao seu entorno denota uma debilidade humana. Não cheguei ao fim da dose. As imagens em torno parecem de um fantasma arrastando-se sótão abaixo, murmurando. Gritando, gemendo. Uma alma aflita, cárcere de sua dor, querendo libertar-se do medo da vida. E que mal há na fuga? Na reserva, na conduta? Na lida? Na luta? Quem vos sois que atiram pedras e têm janelas de vidro? As discrepâncias da vida, ressalvas, apêndices, karmas, lástimas, pesos, excessos e maledicências, vão soterrar no fundo da alma que chora, sofre e adormece amargurada no fundo da humilhação perante do juízo dos inúteis. Enfim, me comprazo aqueles que, assim como eu, brindam à serenidade da vida. Ou, como querem os maus, o tédio e nada faceio. Se não gostam de como celebramos a vida, nos seus mais ínfimos atos e ainda assim julgam-nos pelos fatos. Que pena. Os fatos são como o vídeo tape. Erram sempre. E nos aplaudimos de camarote...

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

MEMÓRIAS DE UM FRACASSO

Sabe quando a gente tem vontade de fazer alguma coisa, ou está de olho em alguma coisa e quer muito? É uma sensação de leveza, bem querer, parece que uma aureola sobe a nossa cabeça e nos sentimos como anjos voando em um céu azul e límpido. Porem, de repente, quando a gente se sente frágil, incapaz de alcançar, é como se um pedregulho gigante caísse sob os nossos ombros.
E a gente fica lá, parado, sem poder fazer nada. Inseguro, com medo de uma resposta negativa, um gesto descortês, ou até mesmo uma falha em alguma atitude: Uma palavra imprópria, numa hora igualmente imprópria, um passo em falso, numa armadilha do destino; Um buraco para nos sentirmos como avestruzes e pormos as nossas cabeças e de lá não querermos sair nunca mais. Numa sensação doída de fracasso, de fim de linha, do não cumprimento do dever e objetivo. Como o nosso time sofrer aquele gol aos 47 do segundo tempo, e nós, lá, em frente à Tv, impotentes, vendo a vitória escapar por entre os nossos dedos, quando estávamos tão próximos da conquista...
Uma situação terrível que nos leva a pensar o quanto nós somos pequenos diante das nossas fraquezas e incertezas. Por que não tentamos ser mais objetivos? Podemos enxergar a vida como uma série de oportunidades, divinas ou não, pra quem acredita, e encará-la como um grande desafio; como uma superação dos nossos citados medos, fraquezas e incertezas perante aquilo que se deseja. Tenhamos o frio nas mãos, o pulsar acelerado do coração, a vista enevoada, apenas como manifestações cerebrais, coisas enfraqueçedoras ainda mais, da nossa já fadada falibilidade humana.
Ou então continuemos com essa noção romântica de ser tão somente a manifestação de sentimentos, como uma correlação com o coração. Ora, sem querer ser estraga prazeres, o coração é um músculo; apenas isso; nada mais. Se ele bate mais forte por algo ou alguma coisa, é sinal apenas de fraqueza, e não de amor profundo ou paixão desenfreada. E realmente uma sensação estranha, mas que serve tão somente como subterfúgio para a fraqueza humana. Não que não devamos ser passionais, não é isso, mas perdemos grandes chances na vida por causa dessa “fraqueza humana”. Sempre interpretada como manifestação de sentimento.
Enquanto isso, outros que não palpitam, não suam, nem perdem tempo escrevendo bilhetinhos, mandando flores, no caso de alguém, ou vendo a vida com muito amor, no caso de algo, é quem estão na verdade levando vantagem. Sobrando para a minoria, que tem amor no viver, ser taxado de fracassado. Talvez por enxergar apenas o seu quinhão bom. E descartar toda a frieza do ser humano paranóico do século XXI. (E certamente dos próximos séculos)
Essa frieza é quem leva vantagem; o raciocínio lógico, a preparação, os detalhes, o conhecimento, a disputa, o capitalismo, a dureza, o confronto, o olho no olho, a selvageria, a briga... Muitas razões. Enquanto isso, o coração, as poesias, o amor, a compaixão, a boa vontade, a caridade, a benevolência, são relegadas a um segundo plano. E a gente se pergunta sempre: - Esse mundo ainda tem jeito?
Bem, eu, particularmente acho que tem. Basta à gente passar a ver as pessoas como seres humanos que sentem dor, medo, alegrias, tristezas, e não simplesmente como pessoas. Senão, toda vez que este ser humano sentir-se pressionado, e querer muito alguma coisa, ou algo, até quem sabe alguém, não terá a confiança necessária de conseguir. A não ser que ele pense que o coração é só um músculo...

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

ELA

Ela é como se não fosse. É como alma que vagueia pelos campos do infinito. Sem rumo, sozinha, indecisa, angustiada, pungente, perspicaz; traz nos olhos a decisão. Não deve se curvar diante de ninguém. Decidida, resolveu seguir seus passos sem ser importunada por nenhum imbecil egoísta. Não teve o valor devido. Ao menos, achava isso. Pode ter sido precipitada. Mas nada se justifica a uma decisão. Cada cabeça uma sentença. Voltar atrás não existe no seu vocabulário. A humildade acaba aqui. Não adianta mudar a sua cabeça.
Uma mulher decidida e independente causa medo em homem fraco. Garotos. Que correm pra barra da saia da mãe. Quem precisa deles? São muito bonzinhos. É preciso ter atitude. Ela não é do tipo que fica em casa lavando os pratos e panelas engorduradas do almoço do pulha do marido, gordo e fétido que mau escova os dentes depois de se empapuçar de tanta comida. Não fica esperando o pusilânime levantar do sofá, onde fica grudado assistindo o futebol no domingo. Ela merece atenção. Ser desejada, acariciada, beijada, bolinada no seu sexo, a fim de obter prazer, e não, ser cultuada como a uma deusa grega; bela, poderosa e indefectível. Mulher não gosta disso. Gosta de sexo selvagem. Desculpem os mais puritanos, mas senão não faria sentido, a tese de que mulher gosta de canalha. Isso é um fato. Falta comprovação cientifica.
Qual a fragilidade dela? Por que mulher nunca diz eu te amo? Por que mulher finge na hora rir? Por que mulher sonha com o príncipe encantado e casa sempre com o sapo? Por que mulher despreza os caras considerados ideais? Algumas poucas perguntas que ficarão sem respostas para toda a eternidade. Não se deve perder tempo nessas questões metafísicas que geram porquês sem fim e fundem a nossa cabeça. Convenhamos mudar de atitude diante da vida, uma vez que não podemos controlar o destino. Pra ter uma mulher como ela, é meio incomum. O destino não se encarrega de tal feito. E quando acontece, prega uma peça irônica na gente. Homens Incapazes não tem chance com ela.
Ela é determinada; ela faz poema, ela faz cinema, ela é demais. Mas sempre existe um porem, e não existe outra igual. E quando lembrar dela, remoendo fotos antigas do armário, verá seu sorriso largo, seu rosto límpido e sua aura límpida e pura no alvorecer das nuvens dum dia a ser lembrado pelas melhores lembranças. E aquela esperança de tudo se ajeitar, pode esquecer. Mulher como ela, não prima pelo derretimento sentimental; Não há fatos, apenas suposições. E se errar, faz parte da vida. Mas, pra ela não. Se não pôde fazê-la feliz, azar. Quem sabe um dia a gente não se encontra em algum lugar onde a felicidade é uma esperança e as mulheres como ela te esperam de braços abertos.

sábado, 1 de janeiro de 2011

Sonhar

Sonhar é imaginar, enquanto estamos dormindo, planos e realizações do nosso futuro. Uma casa? Um carro? Um amor? Dinheiro? Qualquer coisa vem á mente, inconscientemente, quando estamos num sono profundo. E qual a razão disso?
Talvez, no inconsciente coletivo, tenhamos desejos ditos, inalcançáveis, muito embora, perfeitamente palpáveis, desde que nos esforcemos para conseguir. Às vezes criamos objeções dentro de si, diante de coisas ditas impossíveis, ou, talvez por incapacidade ou insegurança nós não consigamos concretizar. Há um escopo de possibilidades num universo repleto de oportunidades. Porem, o ser humano, tende a ser um tanto egoísta e muitas vezes não consegue objetivar claramente aquilo que deseja, ou, por medo ou, insegurança, como já foi dito, não consegue avançar.
Todavia, quem somos nós sem os sonhos? Que poderia acontecer-nos se nos fosse tirada a capacidade de sonhar? De crer num mundo melhor. Numa vida mais prospera e bela; num campo verde onde possamos caminhar e ver o sol, as flores e os passarinhos cantando; Tomar uma xícara de chá, despreocupado, sentido o sabor, sorvendo-a com toda parcimônia e saboreando-o até a ultima gota. Um ar despreocupado, sem preocupar-se com o tempo que passa e a gente nem vê.
Que bom poder notar o quão a vida é grandiosa e bela, e perdemos a chance de aproveitá-la nos pequenos gestos, e desperdiçamos momentos preciosos de carinho, atenção, amor e compreensão em nome da mesquinhez que nos assola neste século de desilusões.
Numa época onde, sonhar parece um crime, não podemos perder a capacidade de obter sucesso na vida, em qualquer área, senão tivermos a oportunidade de sonhar, de ver a vida pelo prisma da inocência, da benevolência e, até certo ponto da ingenuidade, não teremos a disposição para sermos plenos e realizar nossos desejos.

Ainda Gosto dela... (Por Mateus Modesto)

O dia estava claro, embora uma brisa realmente fria passasse, dando certo aroma de dias nublados. Estava nervoso, os pensamentos iam e vinham na sua mente. Não sabia como algo tão simples podia deixá-lo tão desesperado e confuso, tivera tudo nas mãos e desperdiçara com um simples ato tolo... Ele mentiu... E magoou... Ela não merecia, mas não tinha pensado nisso no momento... Como ele se arrependia de ser tão impulsivo!
Como pudera ser tão grosso a ponto de fazê-la chorar, por algo tão banal... Um defeito dele... Só dele... Como não reparou antes... Que ela realmente importava-se com ele... Muito! Ás vezes, sequer dormia preocupada com o que poderia acontecer ao seu amado... Mas ele não sentia... Estava preocupado demais com sua própria escuridão
Não percebia o quanto ela era importante para ele... Não! Estava apenas confuso, ela era especialmente diferente de todas as outras, tinha um jovialidade, uma atenção, um louvor imenso, um ombro amigo, um afeto, um alento, enfim, era diferente de todas as outras a quem conhecera, não era perfeita, mas era tudo que ele sempre quis.
Então, levantou-se, secou ás lágrimas, e foi até a casa dela. Sentiu um leve medo... Não... Receio! Preocupava-se em ser repreendido, ou deixado de lado, mas sabia que poderia mudar o ocorrido... Claro, ambos erraram, mas ele escondeu tudo... Mentiu o que era pior... Sentia o peso da mentira sobre os ombros...
Era hora, então, olhou-a bem nos olhos e disse...
-Nós poderíamos ter feito tudo diferente... Mas devido a minha estupidez... Eu talvez tenha te perdido... Mas posso te provar o quanto te amo, porque descobri em você a razão da minha existência, o que realmente me mantêm vivo, é uma pena que eu tenha feito tantas futilidades antes de descobri isso... Mas agora estou sendo sincero, como nunca fui antes... Eu te amo!
Então, ela olha fixamente pra ele, e sente... “Ele parece estar sendo bem verdadeiro, posso sentir, devo dar-lhe mais uma chance Seu coração palpitou... Não teria outra vez...”.
E então ela disse:
-Eu não compreendo você mente pra mim, conta histórias fantasiosas, e depois vem pedir o meu perdão...
E ele triste disse
-Não era para ser, mas, infelizmente, a razão falou mais alto do que o coração, e eu não me contive..Tinha que fazer isto, mas vejo agora que errei, e não imploro o seu perdão, peço a sua compreensão...
-Eu entendo...
-Então, o que nos impede de recomeçar?
-Eu tenho a necessidade de compreender as coisas, por mais que isso seja impossível... Não é tão fácil perdoar sem entender por isso é tão difícil balbuciar diante de ti palavras inúteis, mas imprescindíveis, mas eu te perdôo
-Então, diz ele, podemos recomeçar o que nunca terminamos Pois a vontade foi sempre soberana...
-Como poderia negar o pedido... Eu também te amo...
-Eu também te amo...

Um Dia Chuvoso

Um dia chuvoso. Gostava de ficar olhando os pingos da chuva embaçados no vidro. Podia ver as arvores com o orvalho do lado de fora. O gotejo da água descendo como lágrimas sofridas. Não era um bom dia para recordações dum passado inglório. Nada de lamentar-se. Tinha que seguir em frente. Toda a dor não deve ser remoída, e sim, chutada pra longe. Sem mágoas nem más recordações. Todas as coisas devem passar e ir embora. Tudo de bom que se vive deve estar como um dia disse Chico Buarque, numa espécie de Bazar os sonhos extraviados vão parar. E assim devemos seguir. Pois, se a vida é um grande sonho, embarquemos nela, com toda força e vitalidade. Dotados de esperança e capacidade de mudar as coisas. Nada de pessimismos ou ceticismo, apenas doses de realidade.
Uma realidade menos morta, sem a mentira e sem a força bruta. Afasta o cálice de vinho tinto de sangue, e enche de fantasia, ao som do samba e sua melodia. O bafo da onça acabou de chegar! Ah! E quem tem mais samba no encontro que na espera. Tem mais samba o perdão que a despedida. Vem que passa o teu sofrer. Olé Olá! Vem ver a banda passar. Pense no que dizia Jorge Maravilha, prenhe de razão: - Mais vale uma filha na mão do que dois pais voando. Não fica cabisbaixo. Um passarinho me contou que vem aí bom tempo. E não durará uma semana, senão, pergunta a Joana, que não me deixa mentir. Mas amanhã é domingo e eu naturalmente me vingo e vou me espalhar por aí.
Não quero ser um velho que resmunga: - Então me diz o que é que eu digo ao mundo o que é que tem de novo pra contar? Não! Definitivamente, não! Diz pros da pesada que eu to voltando; vê como que anda aquela gente à toa e se puder me manda uma notícia boa. Mas esconde que eu chorei. Se bem que o choro é qualidade dos que tem talento demais. Tem dó da menina não deixa chorar. Olé Olá! Não jogue bosta nem pedra no ano que passou. Pare pra refletir no que fez o no quer fazer. Um dia da caça outro do caçador.
Depois de muito pensar, levantou-se da cadeira a qual estava confortavelmente sentado, afastou com as mãos o mormaço da janela causado pela chuva e viu o sol voltar aos poucos. Lá vem o sol. E ele derrete a neve das folhas, fazendo-as reaparecer todo o vigor e beleza depois de um dia ruim; ou de um ano ruim. Quem sabe? E assim devemos ser. Derreter o gelo da nossa existência e brilhar como o sol. Afinal, amanhã há de ser um novo dia. E a gente deve sempre pensar assim em todos os anos que findam: - Vida minha vida olha o que é que eu fiz? Deixei a fatia mais doce da vida na mesa dos homens de olhos sombrios... E depois, o que faremos na longa e sinuosa estrada? Deixa estar? Ou talvez uma Revolução? Bom, vou encerrar o texto com mais uma citação: “E quem for cego veja de repente todo o azul da vida/Quem estiver doente saia na corrida/Quem tiver presente seja mais ditoso/Quem tiver sorriso fique lá na frente/Pois vendo valente e tão real seu povo/ O rei fica contente porque é ano novo”. Feliz 2011. Pensem!