segunda-feira, 27 de junho de 2011

QUERIA QUE VOCÊ ESTIVESSE AQUI...

O frio cortante entrava pelas cortinas empoeiradas do quarto sujo. Litros de cerveja derramados pelo chão. Um prato com restos de comida do dia anterior. Um colchão sujo, recoberto com um lençol de tecido barato cobria-lhe o corpo igualmente fétido. Pensava nas burrices que cometera há algum tempo atrás. Não conseguia distinguir o céu do inferno. Fora uma bobagem injustificável, muito embora, não houvesse explicação. O que faz a gente cair e não saber levantar? Os céus azuis da dor estão se pondo, e o sol da felicidade aparece. Embora fora complicado adaptar-se á uma nova vida. Alguém sabe o quanto é terrível estar só? Não distinguir um campo verde de um frio trilho de aço que sentia cortar o coração um tempo antes? Alguém sabe a diferença de um sorriso vivo pra um véu escuro?
Trocou seus heróis por fantasmas, cinzas quentes por arvores. Ar quente por brisa fria, conforto frio por mudança. Um papel de coadjuvante na guerra, por um papel principal na cela. E tudo aconteceu tão depressa. Não houve tempo pra recuperar o tempo perdido. Os momentos felizes ficam numa nuvem de fumaça que tudo apaga e afaga o coração. As mazelas servem pra aprender o quanto à vida ás vezes é difícil e concomitantemente maravilhosa. Que fazemos pra aprender? Erramos. É um ciclo. Esses pensamentos repetitivos permeavam sua mente. E por mais batidos que fosse era a velha máxima das repetições que permeiam a vida. O que vai, não volta. A vida segue em linha reta. Não há curvas longínquas retrocedendo. O que é uma pena. Mas, o orgulho é parte do homem e suas convicções devem manter-se intactas, pois denotam integridade. E se exercemos falhas, todos nós, apenas devemos exaltar as qualidades.
No mais, queria que você estivesse aqui. Somos duas almas perdidas nadando num aquário. Ano após ano. Correndo sobre este mesmo velho chão, o que encontramos? Os mesmos medos. E eu gostaria que você estivesse aqui. Mas, o sol cerrou-lhe a face e abriu-lhe os pensamentos perdidos. Deve ter sido a bebida que fora em excesso. Ás vezes, devaneios permeiam a mente e achamos que podemos ser mais do que podemos ser. Não vim até aqui pra desistir agora. Pois, que mal há em acreditar em causas perdidas? No mais o vento leva e a gente acompanha...

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