domingo, 27 de novembro de 2011

ESCRITOR DE BROCHURAS...

Alguém pode ler o meu texto? Levei semanas escrevendo-o. Achando que cada pessoa que tiver com o jornal nas mãos vai pensar: - Que ótimo! Ou, quem sabe: - Que merda é essa? Não é um texto sobre nada, pois ninguém entende o que a gente escreve mesmo. As pessoas ficam se perguntando: - Que diabos é isso? Bom, não é fácil viver de escrita no Brasil. Segundo uma pesquisa publicada pelo ministério da Educação há três anos apontou o seguinte:
“O estudo foi aplicado em 5.012 pessoas em 311 municípios de todo o país de 29 de novembro de 2007 a 14 de dezembro do mesmo ano, o que representou mais de 172 milhões de pessoas, ou seja, 92% da população. O método adotado para definir o leitor ou não-leitor foi a declaração do entrevistado de ter lido ao menos um livro nos últimos três meses.

A pesquisa constatou que, 95 milhões de pessoas, ou seja, 55% da população são leitores, enquanto 77 milhões, 45% dos entrevistados, foram classificados como não-leitores.

A pesquisa apontou também que o brasileiro lê, em média, 4,7 livros por ano. Em algumas regiões o número é ainda maior, como é o caso do Sul, onde foi apurado que são lidos 5,5 livros por habitante ao ano. No Sudeste o número foi de 4,9, no Centro-Oeste 4,5, no Nordeste 4,2 e no Norte 3,9. A pesquisa confirmou também que as mulheres lêem mais que os homens, 5,3 contra 4,1 livros por ano”.

Ou seja, se você prezado e abnegado leitor está entre os nordestinos que lêem mais de quatro livros por ano, deixo meus parabéns, pois é um abnegado de uma causa dita “perdida”. Afinal, as pessoas confundem ler com estudar. São atividades distintas. Para estudar, é preciso desenvolver o hábito da leitura desde a tenra idade, para então, o objeto de estudo ser mais uma demonstração dessa atividade prazerosa que é a leitura. Ler é aprender através de experiências de autores acerca de diversos temas. Quem lê descobre o mundo em que vive; o que acontece na esquina da sua casa (E sem precisar fofocar), sabe como anda o mundo, como pensam as pessoas, se comportam, enfim, como lidam com a questão da própria existência. Não é tão somente sentar defronte uma encadernação, seja ela luxuosa ou mais simplória, com letrinhas miúdas e achar chato pelo tempo perdido na compreensão das palavras. Ler, não é uma obrigação. É um ato de desvendar o mundo e a vida através de uma prática. Talvez, a depender do ponto de vista, não seja saudável a leitura demasiada. Mas, que pode ser juiz mor da consciência de quem lê?
Claro, tudo demais é sobra. Porem, não se controla algo prazeroso. É como se limitassem a quantidade de quem faz sexo. Cada um faz o que lhe dá prazer. Ler muito, sejam livros, folhetos, cartazes, jornais, sites na internet, cartas, bilhetes, bulas de remédio ou qualquer que seja a fonte, é algo inerente a natureza humana. Ou se lê ou se não lê. Ou se faz sexo ou se abstêm. É muito prático e simples. Não se obriga ninguém a nada. Leitura assim como sexo, é uma questão de prática, hábito e prazer. Cada um, quanto mais se desenvolve, melhor você se torna.
A não ser que você encare como este humilde texto. Começou sobre nada, e terminou com comparações de leitura com o sexo. Se você não entendeu bulhufas, parabéns. Você não está dentro dos quatro livros lidos por ano. Se leu e entendeu, parabéns também, continue esta prática tão excitante que é a leitura. A não ser que tenha achado que eu seja um escritor de brochuras. Mas essa era a minha intenção...

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