segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Dia após dia...

Dia após dia. Cada coisa vai se pondo no lugar. Se existem feridas, elas sempre cicatrizam. Mesmo fincadas na pele, grudadas, demarcadas, profundas, plantadas e, custando a sair, paulatinamente, vão criando uma casca sobre o tecido necrosado, e como o alvorecer de um novo dia, tudo vai se transformando aos poucos. Se houve magoas ou desacertos, são coisas da vida.
O problema é como as coisas desenvolvem-se. A falta de consideração humana perante alguns fatos, é algo que estarrece. Não se é uma pedra, ou uma mesa, uma cadeira, um vidro, um metal, um jarro, uma porta, ou coisas consideradas, não vivas, sem sentimento. Somos feitos de sentimentos. Mas, algumas pessoas não enxergam, e faz as coisas ao seu bel prazer. Dentro da sua consciência. Não há limites para a miserável condição humana. A falta de caráter e dignidade é uma delas. Diz-se de caráter:
- “Caráter é o termo que designa o aspecto da personalidade responsável pela forma habitual e constante de agir peculiar a cada indivíduo; esta qualidade é inerente somente a uma pessoa, pois é o conjunto dos traços particulares, o modo de ser desta; sua índole, sua natureza e temperamento. O conjunto das qualidades, boas ou más, de um indivíduo lhe determina a conduta e a concepção moral; seu gênio, humor, temperamento, este, sendo resultado de progressiva adaptação constitucional do sujeito às condições ambientais, familiares, pedagógicas e sociais”
Ou seja, cada ação feita fora desse conjunto de características citadas é uma falta caráter. Mau caratismo. Demonstra a face cruel humana em face ao seu semelhante, não se importando se o outro vai ou não sofrer conseqüências de tais atitudes; ora, o século da desesperança prega a concorrência, a liberdade irrestrita, o conhecimento voraz e, concomitantemente a patifaria. Ou seja, não basta o caráter as pessoas do nosso tempo. Os valores morais ridicularizados hoje, outrora moldavam as pessoas. E, se por ventura alguém fosse tachado de “amoral”, ninguém tinha nada a ver com isso. Afinal, que são os desvios morais de hoje em dia? Isso remete ao segundo tema. Dignidade. É-vos dito:
- “A dignidade se baseia no reconhecimento da pessoa como ser digno de respeito. É uma necessidade emocional que todos nós temos de reconhecimento público de se ter feito bem as coisas, em relação a autoridades, amigos, círculo familiar, social, entre outros”.
Assim, alguém reconhece uma má ação? Uma injustiça? Não somos dignos de nada no século da injuria. Ora, que somos senão objetos descartáveis, e inúteis. Fúteis. Aprendemos somente a olhar pra baixo, encobertos pela capa do orgulho e da atitude auto-suficiente, sem importarmos-nos com o próximo. Não tem valia o homem hoje. Somos como porcos que se satisfaz com a lavagem que nos é dada em cochos imundos. Com os valores distorcidos, em nome de um “carpe diem” falso e ilusório. E assim, prossigamos a vida, como mendigos da contemplação da inutilidade e da falta de caráter e dignidade, em nome do orgulho e do bel prazer, reverenciado as futilidades e a falta de compaixão ao próximo, dia após dia...

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