domingo, 20 de fevereiro de 2011

A Solidão

Quem nunca ficou só? Ou teve a sensação de estar sozinho? Olhar pela janela e ver o vazio da vida do lado de fora? As pessoas sorrindo, felizes, caminhando de mãos dadas, como o orgulho transbordando na face, e sentido bem. Mas, e quem está só? Que é rejeitado, diferente, excluído, despachado, invisível e esquecido? O que passa no coração dessas pessoas? Elas vêem o dia com o mesmo olhar de quem não está sozinho? Sabe-se lá o que é ficar sentado num banco de praça, numa cadeira, numa calcada e até mesmo no chão frio, ou quem sabe até numa cama grande e confortável, mas, ao passo que não tem ninguém pra conversar. Pra dividir os medos, sonhos e esperanças de uma vida vazia. Podem refletir sobre o que um olhar solitário vê? A sombra e a escuridão. A penumbra, a tristeza, o nó na garganta. A rejeição. O não ser aceito, ou o não aceitar-se diante da vida. Conseguem compreender o que é uma criança que chora no escuro lamentando a perda dos pais? Ou o marido que perde a esposa. Ou a mãe que perde um filho. Percebem o quanto é duro viver na solidão.
O século XXI é contraditório. É o século da globalização, da união das pessoas, da proximidade, entretanto afasta as pessoas. Somos desconfiados. Perdemos o dom da confiança nas pessoas assim como na palavra. Vale o assinado num papel. E não mais aquilo que se diz. Assim, as pessoas vão ficando frias, duras, gélidas, cruéis. E quem sofre são os solitários. Geralmente tímidos. Incompreendidos, tolos, débeis, desajeitados, incapazes, sem alta estima. Enfim, desajustados sociais, desprezados pela classe dita normal. E os ditos sós continuam como diz aquela canção “no escuro do seu quarto a meia noite a meia luz, sonhando, dando tudo por seu mundo e nada mais”. Incompreendidos, calados, isolados, deprimidos, rejeitados; Que mal fizeram para ser assim? Talvez eles gostem de coisas com substancia. Arte, leitura, cinema, música erudita e outras coisas mais cabeça. Uma ofensa para as pessoas que gostam de álcool excessivo, festas com musicas de baixa qualidade e malmente lêem revistas de fofoca e jornais sensacionalistas para se manterem informadas. Esse segundo grupo, realmente leva uma vantagem: São mais integrados socialmente. Porem, que mal há em ser anti-social? Bom, não há mal nenhum, ao passo que não existe esse termo, e sim, uma não aceitação de grupos sociais diversos, causando rejeição em certas camadas da sociedade.
A solidão nada mais é do que conseqüência da miserável condição humana, em face ao seu egoísmo habitual, assim como a divisão social natural, recorrente do século XXI. Ora, pessoas vivem sozinhas pra não serem espezinhadas pelos outros. Não serem julgadas grosso modo. Evitam contato com outras pessoas. Não é sinal de fraqueza e sim de medo. Não aceitação. Por fim, as pessoas ficam sozinhas pra dar sentido ao ditado que diz desde sempre: “Antes só do que mal acompanhado...”

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