sábado, 15 de janeiro de 2011

Queria ser criança...

Infância. Bons tempos. Quem não tem saudades? Correr, pular, saltar, brincar, suar, cansar, voltar, chutar, voar, cair, levantar; Quem nunca desceu de tobogã, brincou de gude, jogou bola, trepidou no “pastelão quente”, levou uns “sopapos” brincando de “castainha?”, subiu nas árvores, viu mulher nua nas gretas das portas, assim como tocou as campainhas alheias e saiu numa corrida frenética?
Nunca passou trote, trocou figurinhas; no caso das meninas, brincarem de boneca e casinha, pra que eu não seja injusto. Amarelinha, pique e esconde-esconde. Coisas inocentes e prodigiosas, que moldam o caráter de uma criança. Brincadeiras puras, que promoviam a união. Não havia discórdias. Às vezes, um ou outro moleque se enervava, mas nunca tinha essa coisa de partir pra cima, com socos e pontapés. Tudo bem, uma veizinha ou outra acontecia, mas nada com muita “gravidade”.
Naqueles tempos, não tinha internet, nem vídeo games de ultima geração. Nem mp3, mp4, Ipods, Notebooks, Notebooks, Livros eletrônicos e nenhuma dessas parafernálias eletrônicas do século XXI. Podia-se ficar o dia todo nas ruas, longe da iminente violência destes tempos. Os vizinhos eram cordiais e não havia “muros e pontes” a separar ninguém. Todos tinham proximidade para conversar. Ficávamos na calçada jogando futebol de botão, travinha na rua, gol a gol e lutas imaginárias. Perturbar os cachorros nas garagens alheias era uma diversão só. Ver o bicho girando e latindo pra lá e pra cá. Parecendo um pião. Pião que a gente girava despreocupado, assim como o Ioiô. Era a nossa roda-viva.
E quando era hora do banho? Corre que a mãe vinha já com o chinelo nas mãos. E a gente corria livre, leve, solto, despreocupado e feliz. Nada tínhamos com o que se preocupar. A TV era mais “inocente” com seriados japoneses repletos de efeitos especiais. E os desenhos eram realmente animados. Ficar horas sentado, tomando uma “garrafinha” de sabores variados e comendo um pastel ou um salgadinho qualquer. E no dia das crianças? A ansiedade era enorme. Acordar cedo pra ver qual presente estava na porta do quarto. No natal, a mesma coisa. Os olhos iluminavam. Hoje, tudo é diferente. A criança fica no quarto acessando redes sociais, jogando vídeo game de ultima geração e ouvindo seu Ipods com sucesso de “artistas” que cantam música pra adulto. Afinal, criança hoje é que nem “adulto”. Isso sem falar nos livros eletrônicos com temas de “adultos”. Nem ler pra dormir os pais se dão mais ao trabalho.
Isso é coisa de criança. Infelizmente é assim que caminha a infância moderna. Cada vez mais “solitária”, moldando pessoas egoístas e “tristes”, entretanto, totalmente competitivas. E assim caminha a humanidade. Depois não nos queixemos do ditado. “Ele não teve infância”...

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